A Carlos Drummond de Andrade
Não há guarda-chuva
contra o poema
subindo de regiões onde tudo é surpresa
como uma flor mesmo num canteiro.
Não há guarda-chuva
contra o amor
que mastiga e cospe como qualquer boca,
que tritura como um desastre.
Não há guarda-chuva
contra o tédio:
o tédio das quatro paredes, das quatro
estações, dos quatro pontos cardeais.
Não há guarda-chuva
contra o mundo
cada dia devorado nos jornais
sob as espécies de papel e tinta.
Não há guarda-chuva
contra o tempo,
rio fluindo sob a casa, correnteza
carregando os dias, os cabelos.
João Cabral de Melo Neto
1 Comments:
oi... mais uma vez uma pic fantastica....pois..pois... mas essa fui eu k tirei....lool
mas prontos...tu fizest o efeito k foi o k deu piada á fotu.... e mais um poema lindo...
jinhus grandes
drt ó "gótica"
lool
ass: moranguita =)
Enviar um comentário
<< Home