quinta-feira, agosto 31, 2006

If i ain´t got you


Tu que estás aí...esta música é só pra ti:

Some people live for the fortune
Some people live just for the fame
Some people live for the power yeah
Some people live just to play the game
Some people think that the physical things
Define what´s within
I´ve been there before
But that life´s a bore
So full of the superficial

Some people want it all
But I don´t want nothing at alll
If it ain´t you baby
If I ain´t got you baby
Some people want diamond rings
Some just want everything
But everything means nothing
If I ain´t got you

Some people search for a fountain
That promises forever young
Some people need three dozen roses
And that´s the only way to prove you love them
Hand me the world on a silver platter
And what good would it be
With no-one to share with, no-one who truly cares for me

Some people want it all
But I don´t want nothing at all
If it ain´t you baby
If I ain´t got you baby
Some people want diamond rings
Some just want everything
But everything means nothing
If I ain´t got you

Some people want it all
But I don´t want nothing at all
If it ain´t you baby
If I ain´t got you baby
Some people want diamond rings
Some just want everything
But everything means nothing
If I ain´t got you

If I ain´t got you with me baby
Nothing in this wole wide world don´t mean a thing
If I ain´t got you with me baby

Alicia Keys

terça-feira, agosto 29, 2006

Sonhar...ou não...


O mundo está nas mãos daqueles que têm coragem de sonhar, e correr o risco de viver seus sonhos.

Paulo Coelho


O meu sonho tem sido um pesadelo...mas vale a pena arriscar...

Moonspirit

segunda-feira, agosto 28, 2006

Soneto de amor total

Ao meu amor invisivel:


Amo-te tanto meu amor...,não cante
o humano coração com mais verdade...
Amo-te como amigo e como amante,
numa sempre diversa realidade.

Amo-te afim, de um calmo amor prestante.
E te amo além, presente na saudade.

Amo-te enfim, com grande liberdade,
dentro da eternidade
e a cada instante.

Amo-te como um bicho,
simplesmente,
de um amor sem mistério e sem virtude,
com um desejo maciço e permanente.

E de te amar assim, muito e amiúde,
é que um dia em teu corpo
de repente,
hei de morrer de amar
mais do que pude.

Sem você meu amor
Eu não sou ninguém!

Vinícius de Moraes

domingo, agosto 27, 2006

Danço


Com você danço até a exaustão
Danço no meu coração
Danço a imensidão.
Danço... Dança de salão.
Dança de bailão.
Dança de paixão. Danço.
Danço um bolerão.
Danço até samba-canção.
Danço a escuridão. Danço.
Danço a emoção.
Danço a compaixão.
Danço a mansidão.
Danço... Danço e não me canso.
Só descanso e descanso porque danço.

Autor desconhecido

quinta-feira, agosto 24, 2006

O Mundo Nunca Se Vê de Modo Objectivo


O que a arte nos ensina não é puro discernimento, é a relação mais profunda de nós próprios com o mundo, é verdadeiramente o «ver». Se dizemos que um Eça nos reinventou tal mundo, dizemos que outros artistas eram antes dele responsáveis pelo modo como o víamos. E há sempre um modo de ver, que é sempre um mundo estético. Porque o mundo se não vê numa estrita e impossível dimensão «objectiva»: um objecto não nos é nunca neutro, puramente indiferente. O «novo realismo» francês (de um Butor, Robbe-Grillet, de outros) por mais que se pretenda confinado ao «objecto» (como em Robbe-Grillet) não anula a presença do «sujeito». Uma visão estritamente «objectiva» seria ainda sentida como tal... Mas acontece que uma forma «nova» de ver acaba por assimilar-se àquilo mesmo que somos, tendendo a identificar-se com o que julgamos a nossa «natureza». A presença do artista esquece-se, como se o artista fôssemos nós - e um artista inconsciente. E é só ao choque de uma visão original que nós despertamos para uma visão diferente e sentimos que é diferente essa visão: consubstanciada connosco, ela será de novo nossa. A mesma recuperação de uma visão original se opera na própria recuperação de uma obra de arte: a visão do mundo realizada pode passar-nos despercebida. É a recuperação dessa visão que define a descoberta de um artista esquecido - e, através dele, do mundo que nos reinventara.

Vergílio Ferreira, in 'Espaço do Invisível I (Vida, Arte'

terça-feira, agosto 22, 2006

Cântico Negro


"Vem por aqui"- dizem-me alguns com olhos doces,
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui"!
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos meus olhos, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...

A minha glória é esta:
Criar desumanidade!
Não acompanhar ninguém.
-Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre a minha Mãe.

Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...
Se ao que busco saber nenhum de vós responde,
Por que me repetis: "vem por aqui"?
Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...

Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.

Como, pois, sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas, e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...

Ide! tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátrias, tendes tetos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios.
Eu tenho a minha Loucura!
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cântico nos lábios...

Deus e o Diabo é que me guiam, mais ninguém.
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.

Ah, que ninguém me dê piedosas intenções!
Niguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou.
É uma onda que se alevantou.
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou,
-Sei que não vou por aí

José Régio

sábado, agosto 19, 2006

Olhos selvagens


Perdido neste mundo
Vou seguindo o caminho
Andando de encontro ao desconhecido
Apenas não posso ficar parado
Olhando o tempo passar com suas estações
E pensando nos caminhos que percorri
E que inúmeras vezes morri.
Estou buscando a terra prometida
Escondida por traz de seu olhar
Estou buscando novos horizontes
Silenciados dentro de seu coração.
Longe das turbulências
Percorrendo os jardins como o vento
Livre...tão livre
Ande ao meu lado através dos dias escuros
Pegue em minha mão e mostre
Que ainda há um sol brilhando pôr traz das densas nuvens
Que ainda há um caminho para ser seguido
As trevas impedem minha visão
Neste quarto escuro tudo parece interminável
Então, abra a janela de minha alma
E invada meus dias como as alvoradas quentes
Tudo que preciso é um lugar para descansar
Lábios para beijar, caminhos à trilhar
Sombras para lembrar que um dia andei entre as trevas
E que o brilho de seus olhos selvagens
Iluminara o percurso
Mas o amanhã é imprevisível
E quando avistamos um caminho
Desejamos seguir com todas nossas forças
Mesmo que os infernos interiores ainda aqueçam nossas noites
E que as lembranças açoitam nossas almas
Precisamos correr riscos
E foi este pensamento que me fez aproximar
Do brilho de seus olhos selvagens.

Adriano Villa

sexta-feira, agosto 18, 2006

Maps


Para ti :

Pack up
I´m straight
Enough
Oh say say say
Oh say say say
Oh say say say
Oh say say say
Oh say say say

Wait they don´t love you like I love you
Wait they don´t love you like I love you
Maps...
Wait they don´t love you like I love you

Made off
don´t stray
well my kinds your kind i´ll stay the same

Pack up
don´t stray
oh say say say
oh say say say

Wait they don´t love you like I love you
Wait they don´t love you like I love you
Maps...
Wait they don´t love you like I love you
Wait they don´t love you like I love you
Maps...
Wait they don´t love you like I love you

Yeah yeah yeahs

quarta-feira, agosto 16, 2006

Se estou só, quero não estar


Se estou só, quero não estar,
Se não estou, quero estar só,
Enfim, quero sempre estar
Da maneira que não estou.

Ser feliz é ser aquele.
E aquele não é feliz,
Porque pensa dentro dele
E não dentro do que eu quis.

A gente faz o que quer
Daquilo que não é nada,
Mas falha se o não fizer,
Fica perdido na estrada.

Fernando Pessoa

terça-feira, agosto 15, 2006

Os versos que te fiz


Deixa dizer-te os lindos versos raros
Que a minha boca tem pra te dizer!
São talhados em mármore de Paros
Cinzelados por mim pra te oferecer.

Têm dolência de veludos caros,
São como sedas pálidas a arder...
Deixa dizer-te os lindos versos raros
Que foram feitos pra te endoidecer!

Mas, meu Amor, eu não tos digo ainda...
Que a boca da mulher é sempre linda
Se dentro guarda um verso que não diz !

Amo-te tanto ! E nunca te beijei ...
E nesse beijo, Amor, que eu te não dei
Guardo os versos mais lindos que te fiz!

Florbela Espanca

sábado, agosto 12, 2006

Uma saudade


Este poema é dedicado a ti Mima (bisa) que estás no céu:

Todos a olham
Todos a querem,
Mas ela quer
Apenas um
E esse "um"
Não a quer,
Pois já tem a
Quem querer.

Ela se desespera,
Ele não dá bola.
Então ela chora
E ele ri
Ela sonha
Ele vive a sua realidade,
Que para ela é
Uma mentira
E essa mentira,
Que para ele é
Uma verdade
Torna-se,
Para ela,
Apenas uma saudade.

Carolina Fleck

sexta-feira, agosto 11, 2006

As sem-razões do Amor


Eu te amo porque te amo.
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.

Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a vários dicionários
e a regulamentos vários.

Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.

Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.

Carlos Drummond de Andrade

quarta-feira, agosto 09, 2006

Versos Íntimos


Vês?! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão — esta pantera —
Foi tua companheira inseparável!

Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.

Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.

Se a alguém causa ainda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!

Augusto dos Anjos

segunda-feira, agosto 07, 2006

Liberdade


Este é pra ti Narciso:

Ai que prazer
Não cumprir um dever,
Ter um livro para ler
E não o fazer!
Ler é maçada,
Estudar é nada.
O sol doira
Sem literatura.

O rio corre, bem ou mal,
Sem edição original.
E a brisa, essa,
De tão naturalmente matinal,
Como tem tempo não tem pressa...

Livros são papéis pintados com tinta.
Estudar é uma coisa em que está indistinta
A distinção entre nada e coisa nenhuma.
Quanto é melhor, quando há bruma,
Esperar por D. Sebastião,
Quer venha ou não!

Grande é a poesia, a bondade e as danças...
Mas o melhor do mundo são as crianças,
Flores, música, o luar, e o sol, que peca
Só quando, em vez de criar, seca.

O mais do que isto
É Jesus Cristo,
Que não sabia nada de finanças
Nem consta que tivesse biblioteca...

sexta-feira, agosto 04, 2006

Vamos rezar...


Hoje decidi rezar por aqueles que morrem ao combater as chamas da Guerra e do Fogo...

Nos Pai qui é na céu,
santificóde bos nom,
bem’nu bos reinu,
feit’ vos vontadi
na terra modi qui na céu.
Pam nos di tudo dia bo da’nu odje,
bo perdon’nu nos ofensa modi
qui nos perdon ques qui nos ofendi,
e bo ca tchá nu caí na tentação,
ma bo livrá nu di mal.
Amém.

Quem será o verdadeiro responsável? O que dispara o primeiro tiro, ou aquele que tem andado a esperar do adversário?

Vale a pena pensar nisto...

Moonspirit

quinta-feira, agosto 03, 2006

Deixem-me amar e não ser amada...

Passo fome dias a fio…a minha alma ainda não foi saciada pelo dito amor…aos poucos e poucos vou morrendo perdida num espaço desconhecido…Já estou farta dos significados celebres que designam este sentimento estúpido e inocente…para mim o amor não é uma flor sem espinhos, apenas é uma flor murcha de tanto esperar para ser regada. Deixem-me amar e não ser amada…não te quero ver a manipular o meu corpo…não te quero ver a sorrir…não te quero ver com papelinhos tristes feitos poemas…não te quero! Deixa-me em paz maldito amor que me queres cegar…Deixa arder a fogueira em redor do mar…Sozinha quero viver o meu eterno ser…para sempre e – Só!
Moonspirit

quarta-feira, agosto 02, 2006

Luar


Ao luar espero um beijo teu
Leve, profundo
Sonho com os teus braços
Apertando-me contra o teu peito

Sorrio!
Mas, depressa algo me possui
Choro! Grito! Desespero!
Perco-me na escuridão
Deparando-me com a tua ausência
E caio no chão - desamparada.

Sofro com a falta do teu olhar
Do teu sorriso, do teu toque
Anseio um sinal teu...
Mas tu ignoras o meu amor
E eu perco as forças...
Sinto-me morrer
Dou tanto por ti,
Dou tanto de mim...

Esta ausência corrói-me,
Peço-te a vida de volta...
Diz-me se me posso perder em ti
E viverei!


Moonspirit e Andreia

terça-feira, agosto 01, 2006

Borboletas


De um amigo para uma amiga:


Aos casais... - ante a espessa ramaria
verde, e rendada ao sol deste verão
- livres, felizes, cheias de alegria
as borboletas pelos céus se vão...

Despreocupadas... pela floração
se perdem, numa inquieta correria...
- Onde foram?... e em que lugar estão?
Já não se vê o olhar que as perseguia...

Mas... de repente, voltam pelo espaço,
- trémulas e amorosas de cansaço,
asas roxas e azuis coo violetas...

E invejoso pensei, vendo-as pelo ar:
- quem me dera nascer, viver e amar,
como aqueles casais de borboletas !

JG de Araújo Jorge

Porque


Porque os outros se mascaram mas tu não
Porque os outros usam a virtude
Para comprar o que não tem perdão
Porque os outros têm medo mas tu não

Porque os outros são os túmulos caiados
Onde germina calada a podridão.
Porque os outros se calam mas tu não.

Porque os outros se compram e se vendem
E os seus gestos dão sempre dividendo.
Porque os outros são hábeis mas tu não.

Porque os outros vão à sombra dos abrigos
E tu vais de mãos dadas com os perigos.
Porque os outros calculam mas tu não.


Sophia de Mello Breyner